segunda-feira, dezembro 10, 2012

Arnaldo Antunes tem filial em Curitiba


Há algum tempo que não falo de bandas novas, até que a mais menos  um mês, recebi do Rodrigo um ep do Líricos e Platônicos...achei que era alguma banda hippie do festival Psicodália, e por alguns instantes estava confirmado na minha cabeça que a banda era desse segmento sonoro...  quando vi a capa com um bando de gatos  no meio do mato, com cara de pintura amadora, estava tendo a total certeza.
Comecei a ouvir o ep e logo me deparei com "OUTDOOR",  rocão de guitarras pesadas, uma música bem tocada e com timbragens definidas. A letra fala da propaganda gratuita da moda, muito interessante.

A música "O CORTE" é  um retalho musical mal costurado, que  acaba com a boa impressão de "OUTDOOR". Agora, já dá pra perceber que a parte instrumental não tem conversação com o vocalista. Tem-se a impressão que ele está sozinho na brincadeira, e essa brincadeira  já começa a denunciar a facilidade por rimas próximas e por vezes pobres. A construção quase  baseada em poesia concreta (mas esse concreto parece estar esfarelando)  se une ao refrão bobo, digno de ser chamado de fácil.
"TOXINA", confirma que a banda atira para todos os lados... e de novo, tem se a nítida impressão que não há unidade, que não existe zelo em se ter um mínimo de conceito, é como se a banda fosse uma caricatura de Arnaldo Antunes...porém sem conversão com  outras partes...sente-se que era para se ter um respiro de vanguarda, mas sem coragem e falta  de coragem é um pecado, para quem ter um atestado de idoneidade. Parece que a banda foi concursada para orgão público que presa por estabilidade, nada de surpresa.
Quem salva o Líricos e Platônicos é o guitarrista Fábio, que desfila muita classe em licks que buscam uma essência setentista, com wha-whas ardidos e timbres limpos bonitos que conseguem prender...sem ele, seria melhor colocar o disco da Matriz: Arnaldo Antunes, a filial ainda não convence.  





Líricos platônicos ouça aqui as músicas.