quarta-feira, junho 20, 2007

Sofisticação é seu maior adjetivo e seu nome é Oliver Pellet, guitarrista de jazz da banda de Salsa El Merekumbé, que freqüentemente toca na noite curitibana. Oliver, no ano de 2000, residiu em New York, onde estudou guitarra jazz com Neal Johnson e sitar com Adesh.
Heraldo do Monte, Alexandre Carvalho, Olmir Stocker, Mário Conde, Lula Galvão, Nelson Faria, Fernando Corrêa e Ademir Cândido foram seus mestres, o que esperar de um músico cuja a bagagem tem professores tão qualificados? Obviamente que ele aprendeu de maneira singular a desenvolver um estilo próprio, que prima por harmônicas de extrema beleza e fraseados inteligentes sem velocidades excessivas, tudo bem dosado, como um músico que já sabe a força que tem a colocação dos licks.
Escutem atentos Oliver Pellet no http://www.myspace.com/oliverpelletmusico

quinta-feira, junho 14, 2007

Falando do Festival da Tinidos, dia 11 de junho

equipe Festival Tinidos

Segunda feira saí apressado para chegar a Fnac, no festival Tinidos, afinal, estava marcado para às 19:00 horas o evento. Logo percebi que estavam só os músicos do Popelines. Tomei um café e fiquei observando. Próximo às 20 horas, olhei no canto do palco e vi chegar os organizadores e logo adentraram os convidados. A discussão girou em torno das mesmas obsessões, um mártir para salvar Curitiba de não ter um sucesso nacional. As discussões foram acontecendo até serem travadas no quesito: “Por que a Fnac tinha apenas 1 título paranaense em sua loja?”. Fiquei atônito, afinal, a loja cedeu o espaço para o evento, e me questionei: “Mas raios... o que veio ser tratado aqui? A loja por ser uma megastore acabou pagando por todo um conceito criado no fracasso do sucesso curitibano. Getúlio Guerra (prasbandas) foi mais realista nas colocações. Manoel Neto; como bom político artístico, pendia para o lado de Ferreira, ex Beijo aa Força, em elogios que se repetiam durante todo o tempo. Colocou suas máximas e teorizou se embasando em fatos históricos, falando de profissionalismo e coisas que depois foram desmanchadas na noite de terça; dia 12, quando os músicos tocaram de forma rústica em embalo de ensaio, devido a mais atrasos de equipamentos. Do que serviu a revelação da problemática se não tinham a solução no mesmo evento. Seguiram comentários de outros participantes, como do projeto Situação, que deflagrou uma série de questões, como o rusticísmo da maioria das bandas, dos releases mal escritos, das gravações e etc. Mas quando a banda foi tocar, ficou a esmo, enquanto os participantes tratavam de seus assuntos e esqueciam da própria cultura que levantaram. É um fato alucinógeno, um evento que tenta aglutinar e separa. Obviamente, eles tem seus méritos, mas, tudo soou plastificado quando um festival de cultura esquece o artista.

Bruno Lobo baterista da banda Popelines

O show do Popelines foi bom, conheci as músicas novas e me surpreendi com a limpeza que promoveram no som, tudo é mais nítido e musical agora. Com as novas canções, as anteriores perderam um pouco o brilho, parecem mais longas. Acredito que quando apresentarem um repertório baseado no novo ep, essa sensação sumirá.
Diante de tudo que foi relatado nesse post, confirmo que ainda assim o festival é interessante e acredito que se o foco das próximas discussões forem direcionadas para a maioria das bandas, que não são de classe média, muitas coisas vão ser entendidas e o lado mais artístico ainda vai prevalecer em tudo isso.

domingo, junho 10, 2007

Cultura Curitibana sendo regada para o próximo sol.

A história de Paulo Leminski me deixa muito emocionado. Tenho extremo orgulho de saber que com meus 13 até 15 anos, posso ter cruzado com ele em algum lugar dessa cidade. Confesso que gosto desse breu que Curitiba tem de cidade maldita, e da alcunha que ele levou até o dia de sua morte em 7 de junho de 1989, como o poeta marginal.
Muitos amigos que se consideram sofisticados e se desgarraram da cultura local ou querem digerir o caldo da cultura mais fácil, que os grandes jornais e meios de comunicação vomitam, me julgam e falam: “Cara o que você faz nesses showzinhos dessas bandas de porão?”. Sou contrário a essa idéia de mico amestrado cultural; e confesso que envelheço ainda mais interessado nessa selva de gente fria, mas que quando se concentra na arte libera o sumo puríssimo de extrema beleza.
Achei engraçado que escrevi bem sobre algumas bandas daqui e logo descobri por mensagens do orkut, que achavam estranho as resenhas que fiz e eles afirmavam: “A esse cara só pode ser conhecido”. Dei risada, se ele soubessem a importância que tem na vida de muitos suas canções, que essa nossa existência cheia de problemas por muitos vezes é desligada por eles.
Quantas vezes sai de casa cheio de mil coisas, e em apresentações do Charme Chulo, Casca de Nós, Móbiles, entre outros, voltei cheio de alegria em pensar que moro em uma capital que abriga gente de extremo talento. Cada um vai onde quer, e prefiro as novidades e a cada show tenho as tenho na capital dos pinheirais. Vamos na nossa marginalidade cultural nos manter intacto as fórmulas das cartilhas do sucesso, não importa que o reconhecimento aconteça em algum lugar do futuro, que venha da tecnologia, que venha de meios rudimentares que já foram futuro no passado. Eu sei que a honestidade vai ser maior que a ânsia dos inocentes locais, que já desistiram da sua labuta intelectual para perseguir um sucesso que foge deles. O que sei realmente, é que as coisas boas não morrem com o tempo, as coisas boas podem estar sendo regadas para o próximo sol, e esse calor gostoso vem depois da geada que é sempre eminente.

Tinidos: saindo do coma e surpreendendo

Estou escrevendo hoje para justificar a crítica que teci referente ao site e o aglomerado intelectual da Tinidos; quando escrevi a crítica me referindo ao coma do site. Eis, que ressurgem das cinzas com um festival que considero o mais importante da cena paranaense atualmente. Há inteligência em trabalhar com várias vertentes da música independente. Obviamente que transparece o gosto deles em bandas mais melódicas, como o IMPAR. Mas no geral a participação do movimento Prasbandas, trouxe ainda mais diversidade, que já era um gosto que muita gente gostaria de sentir nos festivais curitibanos.

acesse o site http://www.tinidos.com.br/