Cultura Curitibana sendo regada para o próximo sol.
A história de Paulo Leminski me deixa muito emocionado. Tenho extremo orgulho de saber que com meus 13 até 15 anos, posso ter cruzado com ele em algum lugar dessa cidade. Confesso que gosto desse breu que Curitiba tem de cidade maldita, e da alcunha que ele levou até o dia de sua morte em 7 de junho de 1989, como o poeta marginal.
Muitos amigos que se consideram sofisticados e se desgarraram da cultura local ou querem digerir o caldo da cultura mais fácil, que os grandes jornais e meios de comunicação vomitam, me julgam e falam: “Cara o que você faz nesses showzinhos dessas bandas de porão?”. Sou contrário a essa idéia de mico amestrado cultural; e confesso que envelheço ainda mais interessado nessa selva de gente fria, mas que quando se concentra na arte libera o sumo puríssimo de extrema beleza.
Achei engraçado que escrevi bem sobre algumas bandas daqui e logo descobri por mensagens do orkut, que achavam estranho as resenhas que fiz e eles afirmavam: “A esse cara só pode ser conhecido”. Dei risada, se ele soubessem a importância que tem na vida de muitos suas canções, que essa nossa existência cheia de problemas por muitos vezes é desligada por eles.
Quantas vezes sai de casa cheio de mil coisas, e em apresentações do Charme Chulo, Casca de Nós, Móbiles, entre outros, voltei cheio de alegria em pensar que moro em uma capital que abriga gente de extremo talento. Cada um vai onde quer, e prefiro as novidades e a cada show tenho as tenho na capital dos pinheirais. Vamos na nossa marginalidade cultural nos manter intacto as fórmulas das cartilhas do sucesso, não importa que o reconhecimento aconteça em algum lugar do futuro, que venha da tecnologia, que venha de meios rudimentares que já foram futuro no passado. Eu sei que a honestidade vai ser maior que a ânsia dos inocentes locais, que já desistiram da sua labuta intelectual para perseguir um sucesso que foge deles. O que sei realmente, é que as coisas boas não morrem com o tempo, as coisas boas podem estar sendo regadas para o próximo sol, e esse calor gostoso vem depois da geada que é sempre eminente.
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