Um ex sonifero a base OAEOZ
Quando descobri o OAEOZ no final da década 1990, achei interessante o nome, imaginava algo ligado ao rock progressivo, por ser nome de disco dessa fase dos Mutantes. Fui em alguns shows, que ainda tinham Igor (que fez parte do Tods) tocando guitarra e trumpete. Ele conseguia imprimir um ar mais jazz, ao colocar frases rápidas. Mas seguiu para outros caminhos e a banda ficou sendo totalmente levada a frente por Ivan Santos.
Gosto das letras, mas algo me intrigou, todos os shows tinham uma dinâmica muito parecida. Acredito que se mantiveram assim por anos e anos no mesmo pique. Três músicas chegavam a prender a audição, mas depois o tédio consumia a vontade de tentar ir fundo na sonoridade e as performances exageradas de Ivan incomodavam em canções mais depressivas, tudo parecia ser fora de hora, até mesmo os discursos raivosos que serviriam para bandas de hardcore tiravam o foco dos expectadores.
Acabei me desinteressando pela banda, mas, quando entrou outros músicos, ganharam mais dinâmica. André Ramiro; guitarra e Carlão Zubek; guitarra, acabaram com aqueles acordes largados ao vento de Ivan, a sonoridade se tornou mais complexa o que prendeu suas firulas e os andamentos mudaram.
André Ramiro é um músico mais aberto a outras sonoridades e tem mil facetas, explora efeitos cria climas e Carlão imprime rock de verdade no som do OAEOZ. Ambos tiraram os efeitos de sonífero que a banda tinha, dito e feito, era assim, escute três músicas e ache um local para se encostar.
Acredito que atitude pode ser mil coisas, menos o excesso, e o ar cool forçado que Ivan tenta imprimir.
Logicamente não posso desdenhar a banda como se não tivessem sua importância e tenho em meu micro músicas que gosto como: “Lembranças (Não valem nada)” e “Luz e sombra”.
Quem gosta de sons bem calmos e relatos pessoais escute o OAEOZ, deite e relaxe, de preferência escute o cd “Às vezes céu”.
Acesse o OAEOZ
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